O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, representantes da Câmara Municipal e de entidades da sociedade civil assinaram ontem um convênio que prevê a instalação das primeiras oito caçambas coletoras de lixo eletrônico da Capital. A medida surgiu ontem, durante a décima edição da conferência municipal de produção mais limpa e mudanças climáticas, no Memorial da América Latina. O evento contou com a parceria de diversas entidades, entre elas a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O idealizador do evento, o vereador Gilberto Natalini (PV), anunciou o convênio para um público de quase cinco mil pessoas que compareceram ao Memorial. Pelo acordo, a Prefeitura, a Associação Brasileira de Empresa de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e a empresa de engenharia ambiental Silcon serão responsáveis pela implantação de caçambas móveis para descarte de materiais eletrônicos - celulares, computadores, impressoras e outros produtos similares.
Parques - Inicialmente, a proposta é instalar oito caçambas, em lugares ainda não definidos. "Os técnicos das empresas e da Prefeitura irão decidir os locais. Mas, provavelmente, elas serão instaladas em parques e praças. Uma delas, com certeza, estará no Parque do Ibirapuera", disse Natalini. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o Brasil é o país que produz mais lixo eletrônico, por habitante, entre os países em crescimento. Por ano, são descartadas 96,8 mil toneladas de computadores, 115 mil toneladas de geladeiras, 17 mil toneladas de impressoras e 2,2 mil toneladas de telefones celulares - só perdendo para a China.
Carbono - O evento também tratou da emissão de carbono, seus efeitos e como a população pode reduzir o seu impacto no meio urbano. No encontro, o prefeito Kassab falou das ações da atual gestão municipal na área ambiental. "Temos a oportunidade de discutirmos os nossos problemas e soluções.
São Paulo acostumou a ter como prioridade a questão do verde e do meio ambiente", disse Kassab. Uma das palestras mais aguardadas foi a do ex-deputado federal Fernando Gabeira. Inicialmente, ele explicou a definição do termo "pegada do carbono", um dos temas centrais do encontro. Em linhas gerais, o termo se refere à quantidade de carbono emitida e que resulta no aquecimento do clima do planeta. Gabeira também explicou ao público que essas pegadas não estão presentes apenas nos escapamentos de carros, caminhões e ônibus. Mas também na indústria e até dentro de casa. "O consumo de energia demanda o uso de produtos que emitem carbono. O importante é passar a informação para a população. Na Suécia, por exemplo, tem supermercados que vendem mercadorias com a quantidade de carbono emitida na embalagem", disse. O Secretário Municipal do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge Martins Sobrinho, também ressaltou a ausência de informação sobre a emissão de carbono nos diversos setores sociais de São Paulo.
Para isso, o secretário ressaltou a necessidade do chamado diálogo ambiental entre o poder público e a sociedade. "Para que o governo avance, a dona de casa tem de dialogar com o governante e sugerir formas de diminuir o consumo dentro de casa", disse Sobrinho.
Fonte: Diário do Comércio - SP - Online
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