sexta-feira, 6 de março de 2009

Feliz ano novo! Vamos trabalhar!

Dal Marcondes

O Carnaval passou e o Brasil começou a trabalhar. Normalmente as pessoas reclamavam que o Brasil seria atrasado justamente porque nada acontecia antes do Carnaval. Este ano foi um alívio. O Carnaval veio na hora certa, deu um fôlego para as pessoas e empresas.

Esta semana realmente o ano começou. Eu mesmo tive de deixar de lado algumas atividades, como alimentar este blog, por exemplo, para atender a possíveis clientes da Envolverde. Gente que quer relatórios de sustentabilidade, comprar conteúdos jornalísticos ou fazer eventos. O Brasil está olhando para 2009 com mais confiança. Não é uma questão de política ou de governo. Os brasileiros sempre seguiram em frente com ou apesar do governo.

Quando eu estava na faculdade foi lançado o filme “O Exorcista”, onde a Linda Blair tinha “o diabo no corpo”. Foi um sucesso mundial, mas não deu muita bilheteria no Brasil. Em uma aula começamos a discutir o “fenômeno de mercado”. Uma colega loirinha, filha da classe média alta, levantou e deu a resposta definitiva: “quem no Brasil nunca viu baixar um santo?”. Pois é, enquanto americanos e europeus estavam estarrecidos com as baixarias do filme, os brasileiros já tinham visto coisas muito mais interessantes.

Bom, acho que em relação a esta crise global está acontecendo uma coisa meio parecida. Está todo mundo estarrecido porque o dinheiro desaparece por ralos e buracos em todos os cantos. Bom, os brasileiros que viveram os anos 80 viram montanhas de dinheiro desaparecerem de um dia para o outro na inflação de mais de 200% ao mês, em sucessivos e fracassados planos econômicos mirabolantes e, finalmente, com o fantástico Plano Collor, que simplesmente sumiu com 70% do dinheiro que existia na País. O resto é fichinha!

Como de boas intenções está cheoi o inferno, já dizia minha avó, acredito que a Brasil está muito melhor preparado do que qualquer outro país para enfrentar esta crise. Até os banqueiros brasileiros sabem disso e, escaldados com crises tomaram providências para "não se exporem aos riscos". Uns Poucos executivos financeiros de empresas tentaram “se dar bem” em mercados que não eram o de suas empresas. Se deram mal.

E assim caminham os Brasileiros. De crise em crise conseguindo construir um país que supere suas picuinhas históricas de miséria e baixa alto estima. Hoje, honestamente, prefiro ser um brasileiro médio que um americano novo-pobre. Onde todo mundo vê uma crise infinita eu consigo ver que este poço é muito mais fundo. Já estive lá e sei que não estamos nem perto do fundo. E olha que fui editor de finanças durante os anos 80. Tinha inflação, não tinha legislação ambiental, ninguém sabia o que significava sustentabilidade, responsabilidade social era pagar imposto e “relacionamento com stakeholder” era “coisa de viado”. (Envolverde)

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