sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Muito por um dia!

Dal Marcondes

Menos Amazônia e mais nuclear no mesmo dia. É preciso falar sobre estas coisas.

Primeiro li no Globo que vai haver uma redução da reserva legal para propriedades às margens de estradas na Amazônia. A obrigatoriedade cai para 50% de reserva, contra 80% na lei anterior. Depois assisti ao ministro Edson Lobão, das Minas e Energia, declarar que a construção de usinas nucleares está entre os planos de expansão da oferta de eletricidade.

A primeira notícia é uma tragédia para a Amazônia. Corredores de transporte ponto a ponto serão usados para empurrar a floresta e deixa-la ilhada. O melhor seria o desenvolvimento de cidades, a construção de infra-estrutura que permita um adensamento dos núcleos urbanos já existentes. É uma maneira de levar educação, saúde, segurança e Justiça para a população da Região. Óbvio que as atuais comunidades tradicionais devem receber apoio diferenciado.

Quanto às usinas nucleares, sou tão dividido quanto muita gente. Se por um lado é uma energia isenta de carbono, por outro a questão dos resíduos nucleares e dos que sofro da “ riscos de operação são muito presentes. Creio que sofro de “Síndrome da China”. Honestamente, acredito que a ciência seja capaz de solucionar os problemas do lixo em algum Momento do futuro, se forem feitos investimentos importantes nas pesquisas. Meu medo está na operação e transporte.

Para um país que está querendo ser mais sustentável, estas são duas discussões que deveriam ser mais debatidas com a sociedade. Como? Bom, um antigo canal para isso era a mídia. Não dá mais, as interlocuções estão comprometidas com o modelo de crescimento baseado em super-exploração de recursos e não incorporação das externalidades sociais e ambientais.

Os tomadores de decisão precisam ampliar os formatos de consultas públicas, incluindo outros formatos de comunicação, como internet e canais de comunicação focados em discussões específicas. Ampliar a participação social é a única maneira de conseguir alguns consensos sobre os modelos de desenvolvimento a ser implantado.

Nenhum comentário: