quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Desculpem a ausência...
Dal Marcondes
Os dez dias que passei em Belém cobrindo as atividades do Fórum Social Mundial foram absolutamente revigorantes sob o ponto de vista de ânimo. No entanto, cheguei de volta a Sampa derrubado. Por isso passei uns dias sem escrever para o Blog.
Mas vamos lá. A primeira coisa que quero fazer é convida-los a conhecer o TerraViva, jornal que editamos em Belém, com textos de jornalistas de diversos países e de vários Estados brasileiros. Não é a primeira vez que me integro a esta equipe e espero sinceramente que não seja a última. Participar detse time de profissionais é um privilégio que todos os jornalistas deveriam ter ao menos uma vez na vida. Para ler o PDF do TerraViva clique aqui.
Em relação ao FSM fiquei novamente impressionado com a riqueza de experiências e vozes. Com coisas Incríveis que comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas estão fazendo para estabelecer bons parâmetros de qualidade de vida sem copiar os modelos excludentes e defasados das grandes cidades.
De volta a São Paulo me dei conta de que a maior parte das pessoas por aqui viram o FSM apenas como uma grande e inconsequente festa. A imprensa, rádio/TV e jornais, nem sequer tentou mostrar que o Fórum não é uma instância decisória, mas sim um espaço de diálogo, reflexão e construção de redes. Uma lógica que não está presente no individualismo isolacionista do modelo de mercado que anda tão questionado. Mas é difícil sair da área de conforto e olhar para o mundo despido dos preconceitos.
Claro que havia festas. Desde que o mundo é mundo, quando se reúnem milhares de jovens há festas. E que bom que isto aconteça, porque pelo modelo de “mercado”, quando reúnem-se milhares de jovens, há guerras.
É de um extremo simplismo, ou mesmo má vontade, esperar que uma reunião como o Fórum Social Mundial tenha “resultados práticos”, ou não fique “só nos discursos”, como muita gente e mídias de bom sobrenome vêm cobrando, falando ou publicando. O Fórum Social Mundial não é uma assembléia deliberativa das organizações. Não é uma instância decisória, não tem poder sobre empresas ou governos, não pode impor modelos. A única coisa que o FSM pode fazer, e faz com maestria, é levar as pessoas a pensar.
Os frutos do Fórum Social Mundial não vêm em um documento estabelecendo regras, normas ou procedimentos. Nem ao menos diretrizes ou conselhos. As sementes do FSM vão germinar nas milhares de cabeças, nas redes e organizações que participaram, nas comunidades e na visão de mundo que surgirá após a certa reflexão sobre tudo o que se viu, ouviu e falou.
Também é maniqueísmo dizer que o FSM é uma reunião de partidos políticos ou de socialistas. Eles estão lá também, são barulhentos e chamam a atenção, mas não são os “donos da festa”.
Conheça também o site do TerraViva
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