segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Diálogos Capitais, parceria da Carta Capital com a Envolverde


Incentivo sai pela culatra: fábricas lucram com gás nocivo ao ambiente

Por ELISABETH ROSENTHAL e ANDREW W. LEHREN
Ranjit Nagar, Índia

Quando as Nações Unidas quiseram ajudar a retardar as mudanças climáticas, criaram o que parecia ser um sistema sensato. Os gases estufa foram classificados de acordo com seu poder de aquecer a atmosfera. Quanto mais perigoso o gás, mais as fábricas em países em desenvolvimento seriam pagas para reduzir suas emissões.

Mas, onde a ONU viu uma reforma ambiental, alguns fabricantes de gases empregados em aparelhos de ar condicionado e de refrigeração enxergaram uma oportunidade de negócios lucrativa.
Eles não demoraram a calcular que poderiam ganhar um crédito de carbono com a eliminação de uma tonelada de dióxido de carbono, mas ganhariam mais de 11 mil créditos destruindo uma tonelada de um gás residual pouco conhecido que normalmente é liberado na produção de um gás refrigerante amplamente usado. Isso acontece porque o subproduto contribui para o aquecimento global.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Amazônia registra a menor taxa anual de desmatamento em 23 anos, diz Inpe


A taxa anual de desmatamento da Amazônia atingiu seu menor índice desde o início do monitoramento sistemático na área, em 1988, com o abate de floresta equivalente a quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

Os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registraram o corte de 6.280km2 entre agosto de 2010 e julho deste ano.A margem de erro é de 10%. Foi a terceira queda anual consecutiva.

O Pará foi o Estado que mais desmatou no período, com 2.870 km² de florestas degradadas.

Mas foi em Rondônia que o ritmo das motosserras impressionou.

Os 869 km² desmatados representam o dobro do número registrado no período anterior no Estado, que abriga a pressão de duas novas hidrelétricas,Santo Antônio e Jirau, em construção no Rio Madeira.

Embora no topo do ranking dos Estados desmatadores,o Pará desmatou menos que no período anterior, enquanto a taxa cresceu em Mato Grosso, que perdeu 1.126 km² de floresta. O ritmo acelerado de abate de árvores em Mato Grosso foi responsável por acionar um gabinete de crise, em maio, cujo desempenho teria sido responsável pelo resultado apresentado ontem.O anúncio foi feito com pompa,no Palácio do Planalto.

"Essa é a menor taxa de desmatamento da história, desde que começou esse monitoramento.

É uma taxa histórica e representativa, sinalizando que continuamos com a nossa determinação de reduzir o desmatamento na Amazônia",disse Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente.

Até poucos dias atrás, o governo apostava num crescimento do desmatamento. Isso porque os dados apurados pelo sistema de detecção do desmatamento em tempo real, chamado de Deter, apontava crescimento de cerca de 30% no abate de árvores.

Segundo o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, a taxa anual não acompanhou o ritmo de alertas de desmatamento porque, diferentemente de anos anteriores, o abate de árvores ficou concentrado em grandes áreas.

Sem trégua. O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse que a orientação dada ontem pela presidente Dilma Rousseff é a de que "não se dê trégua" ao desmatamento.

Segundo o Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a ação de fiscais resultou na apreensãode42milmetroscúbicosdetorasdeárvores, 325caminhões e 72 tratores no período.

Além disso, o governo contabilizou o embargo de 795 km² de áreas desmatadas. São parcelas de propriedades privadas onde a vegetação nativa se recuperará.

Simulações levadas ontem a Dilma mostram que, a partir de 2015, mantido o ritmo de queda no desmatamento, a Amazônia passará a captar mais carbono que emitir gases-estufa, responsáveis pelo aquecimento global.

As simulações levam em conta que o ritmo das motosserras na Amazônia vai se estabilizar em torno dos 5 mil km² por ano.

Mercadante destacou que o governo está investindo R$ 1 bilhão em satélites que aperfeiçoarão o monitoramento das florestas.

"Esses satélites vão permitir ganhos significativos na capacidade gerencial de nosso território", disse o ministro.

A divulgação dos novos números ocorre no momento em que se realiza a 17.ª Conferência do Clima (COP-17), em Durban, e em que é preparada a votação do novo e polêmico Código Florestal.

O governo trabalha para chegar a2020comumataxade 4mil km² de desmatamento na região, de acordo com metas definidas em lei em 2009.

"Esse é o nosso compromisso.

Vamos ver como se conclui o debate.

Além de combater o desmatamento, teremos um trabalho de regularizar e de plantar árvores nesse País", disse a ministra.

A expectativa do ministério é de que a reforma do Código Florestal leve à recuperação de 300 mil km² de vegetação nativa.

Fonte: O Estado de S. Paulo

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Mundo perdeu 10 hectares de floresta por minuto entre 1990 e 2005, revela FAO


O mundo perdeu em média 4,9 milhões de hectares por ano entre 1990 e 2005, ou 10 hectares por minuto, segundo estudo baseado em imagens de satélite divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

O documento relata que a área florestal do planeta em 2005 era de 3.690 milhões de hectares, ou seja, 30% da superfície terrestre. Desde 1990, essa área diminuiu 72,9 milhões de hectares.

Outra das conclusões do documento é que a perda de área verde se acelerou com o passar do tempo, já que foi de 4,1 milhões de hectares ao ano, entre 1990 e 2000, para 6,4 milhões de hectares, entre 2000 e 2005.

Os novos dados também indicam que a taxa de desmatamento do mundo, baseada fundamentalmente na conversão de florestas tropicais em áreas agrícolas, foi em média de 14,5 milhões de hectares ao ano, isso entre 1990 e 2005.

"O desmatamento está privando milhões de pessoas de bens e serviços florestais decisivos para a segurança alimentar, o bem-estar econômico e a saúde ambiental", advertiu o diretor-geral adjunto do Departamento Florestal da FAO, Eduardo Rojas.

O diretor comentou que as novas tecnologias dos satélites possibilitam um estudo mais eficiente da evolução das florestas do mundo. Ele ressaltou a necessidade dos países resolverem "com urgência a perda de valiosos ecossistemas florestais".

O estudo também evidência as "notáveis diferenças regionais" no desmatamento. Entre 1990 e 2005, a perda de florestas foi maior nas zonas tropicais, onde quase metade das áreas verdes já foi perdida.

A maior taxa de desmatamento ocorreu na América do Sul, seguida da África. Apesar de ter ocorrido desmatamento em todas as regiões, a Ásia foi o único Continente que ganhou novas áreas verdes, em consequência da extensiva plantação registrada em vários países.

Nas zonas subtropicais, temperadas e boreais, o estudo registrou um pequeno aumento da superfície florestal durante os 15 anos do período de estudo.

Segundo a FAO, os novos resultados são de grande importância para os países elaborarem suas políticas de uso da terra e prevenção ao desmatamento.

Fonte: Uol

ONGs criticam Código Florestal do Brasil


Boletim distribuído na conferência do clima, na África do Sul, afirma que proposta brasileira compromete ações para reduzir emissão de poluentes

Organizações ambientalistas reunidas na conferência do clima de Durban, África do Sul, acusaram ontem o Brasil de estar acendendo uma bomba de carbono com a reforma do Código Florestal, cuja votação no Senado foi adiada para a próxima terça-feira.

As ONGs afirmaram em seu boletim Eco, distribuído no encontro na África do Sul, que a nova lei deixará desprotegida uma área de florestas do tamanho de França e Reino Unido somados.

Isso comprometeria as metas brasileiras de redução de emissões de gases-estufa anunciadas pelo Brasil em 2009, em Copenhague.

O país se comprometeu a reduzir entre 1,16 bilhão e 1,26 bilhão de toneladas de CO² suas emissões em 2020 em relação ao que seria liberado se nada fosse feito. Boa parte da meta deverá ser cumprida com a redução de 80% no desmatamento na Amazônia.

O Eco afirma ainda que as mudanças no código criam uma situação embaraçosa para o Brasil, que sediará no ano que vem a conferência Rio +20, sobre desenvolvimento sustentável.

Em Brasília, o Ministério do Meio Ambiente evitou polemizar. Mas afirmou que a nova lei ajudará o Brasil a cumprir a meta dos gases-estufa, e não o contrário. Para o governo, o código estimulará a recuperação de parte das florestas desmatadas ilegalmente até julho de 2008.

O Brasil está trabalhando com China, Índia e África do Sul em busca de acordo para exigir dos países ricos o financiamento do Fundo Verde criado na conferência do ano passado, em Cancún, para solucionar as necessidades dos países em desenvolvimento frente às mudanças climáticas.

Solo ártico agrava efeito estufa

A quantidade de gases-estufa liberados até 2100 pelo derretimento do permafrost (o solo congelado do Ártico) poderá ser até cinco vezes maior do que se imaginava. Para piorar, esses gases serão ricos em metano, que tem um alto poder de multiplicar o aquecimento global.

A afirmação é de mais de 40 cientistas da Rede de Carbono do Permafrost, liderados por Edward Schuur e Benjamin Abbott, em artigo publicado na revista científica Nature.

De acordo com a equipe de cientistas, a falta de estudos fez com que, até agora, a quantidade certa de carbono contido no permafrost fosse subestimada, assim como seus potenciais efeitos sobre o clima global.

Durante centenas de milhares de anos, sucessivos degelos e congelamentos prenderam uma enorme quantidade de restos de animais e plantas sob uma camada espessa de gelo no Ártico.

Agora, com o aquecimento global, esse material irá começar a se decompor e liberar gases intensificadores do efeito estufa na atmosfera.

O grupo estima que, sob essa camada que cobre quase 20% de todas as terras do Hemisfério Norte haja 1,7 bilhão de toneladas de carbono preso .

É quase quatro vezes mais do que todo o carbono emitido pelas atividades humanas em tempos modernos e o dobro do que está presente na atmosfera agora , dizem os autores do trabalho.

As maioria das pesquisas fala muito das emissões de desmatamento e combustíveis fósseis. Esse artigo mostra, cada vez mais, que o derretimento do permafrost é um fator importante para a mudança climática , afirma o climatologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) José Marengo.

Fonte: Gazeta do Povo

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Comissão de Meio Ambiente vota mudanças no Código Florestal


Novo texto do Código deve ser votado nesta quarta (23), no Senado.

Na Comissão de Meio Ambiente, parte do relatório recebeu nova redação.

Conciliar preservação ambiental e produção agrícola é um desafio que está nas mãos do Congresso para o Código Florestal. O projeto está em tramitação no Senado há seis meses, quando foi aprovado pela Câmara dos Deputados.

As regras agradaram ao Ministério do Meio Ambiente. Já para os ambientalistas, o projeto de lei cria mecanismos que estimulam o desmatamento.

A CNA, Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil, se manifestou contrária às mudanças propostas no novo relatório. A presidente da entidade, senadora Katia Abreu, disse estar decepcionada com o texto e considera inegociáveis pontos como a consolidação do uso das áreas de preservação permanente para a produção de alimentos e a conversão das multas em serviços ambientais, após a regularização das propriedades. A senadora pretende obstruir a votação do Código da maneira como o texto está, mas afirmou que ainda acredita em acordo. Depois de aprovado na Comissão de Meio Ambiente, o texto do Código Florestal vai para o plenário do Senado.

Fonte: G1