terça-feira, 26 de maio de 2009

“Grandes produtores aterrorizam pequenos”

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Henrique Andrade Camargo, do Mercado Ético

Nada parece mais óbvio nesse momento de mudança climática do que preservar o ambiente, certo? Errado. Pelo menos para a bancada ruralista e os grandes produtores rurais do país, que lutam para afrouxar as leis ambientais no país. A revelação foi feita pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, durante encontro de ambientalistas realizado no sábado (23/5), no parque do Ibirapuera.

“Vivemos um momento político muito delicado. Os grandes produtores querem usar a desinformação para aterrorizar os pequenos, que dependem da agricultura familiar para sobreviver”, denuncia o ministro. “Querem passar o cerol decreto de lei [n° 11428], o que vai causar mais desmatamento e despejar toneladas de agrotóxicos no solo”, completa.

O ministro também atacou os parlamentares que formam a bancada ambientalista no Congresso Nacional. Ele diz que dos 240 políticos que se intitulam como tal, salvam-se no máximo 30. “Na hora de aprovar projetos para proteger o meio ambiente, a grande maioria vota com os ruralistas”, ataca ele, pedindo para membros de Organizações Não-Governamentais aumentarem as pressões no poder público para que impeçam a progressão do desflorestamento.

ABC da lei ambiental

A informação também será uma arma do ministério para lutar contra o terror dos grandes produtores. Uma cartilha abordando os principais pontos da Lei e Decreto da Mata Atlântica será distribuída em 3.411 municípios dos 17 estados abraçados pela Matas Atlântica. A publicação vai destacar os possíveis uso da floresta, bem como as formas como devem ser feitas.

“A legislação prevê vários tipos de ocupação e exploração econômica possíveis na floresta, mas quase ninguém sabe disso. Os ruralistas estão inventando que vamos derrubar as macieiras e as parreiras das encostas, que vamos expulsar famílias de agricultores e outras barbaridades. Com isso, estão conseguindo apoio para defender seus interesses particulares. Vamos mostrar que a legislação protege os interesses maiores do país e defende os pequenos produtores “, conclui Minc.

Fundo para a Mata Atlântica

O ministro anunciou no encontro a criação de um fundo de 34 milhões de dólares para a Mata Atlântica. O dinheiro virá de uma dívida do Brasil com os Estados Unidos, que será convertida em investimentos ambientais. Ele explica que esse fundo funcionará como o Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), considerado o maior programa para a conservação de florestas tropicais do mundo.

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